quinta-feira, 4 de março de 2010

Justiça seja feita

Há algum tempo escrevi um texto neste blog criticando entrevista do presidente do Tirbunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), nos primeiros dias do escândalo do chamado "mensalão do DEM", que levou o governador Arruda à prisão e seu vice Paulo Octávio à renúncia - e que, àquela época, ameaçava respingar também no TJDF, já que havia suspeitas de que alguns de seus desembargadores teriam favorecido Arruda e aliados em julgamentos naquele tribunal.
 
Que fique claro: em nenhum momento, em meu texto, afirmei a veracidade das acusações contra membros do TJDF; ao contrário, apenas critiquei a (baixa) qualidade dos argumentos utilizados pelo presidente do TJDF em defesa de seus colegas de toga, e apontei o que esses argumentos representavam em termos de (des)informação ao público leigo e deturpação das regras processuais. Naquele momento, a frágil argumentação do desembargador entrevistado pela CBN me pareceu um tanto desesperada, e só aumentou eventuais desconfianças contra os membros do Tribunal.
 
De lá pra cá, contudo, nada mais foi dito sobre envolvimento de desembargadores do TJDF nas redes de corrupção associadas ao escândalo político ainda inconcluso. Além disso - seja para salvar a própria pele, seja apenas para confirmar a lisura de um tribunal indevidamente incluído nas denúncias originais de Durval Barbosa -, de lá pra cá o TJDF tomou decisões judiciais importantes, que contribuiram para o ainda travado encaminhamento político da questão, especialmente no que se refere à determinação de afastamento de deputados distritais, ligados ao escândalo, nas votações do processo de impeachment do governador em tramitação na Câmara Legislativa do DF. A última decisão nesse sentido foi a de negar pedido da defesa de Arruda pelo adiamento da deliberação sobre abertura de processo de impeachment do governador, que ocorrerá na tarde de hoje.

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