Importante observar que a suspensão da construção da nova sede do TRF1, belíssimo projeto do escritório de Oscar Niemeyer, decorre de um termo de compromisso assinado pelo presidentes do Tribunal, pelo atual presidente do CNJ, e pelo Procurador-Geral da República, e se justifica pela constatação de possíveis irregularidades no projeto da nova sede, verificadas pelo TCU e por procedimento administrativo do CNJ.
A construção de palácios suntuosos pelo Judiciário, além de dar margem a irregularidades e superfaturamento, afasta a Justiça do povo e isola os juízes - principalmente sua cúpula, formada por desembargadores e ministros - do dia-a-dia de quem procura resolver seus conflitos de maneira rápida, oficial e garantida. É obvio que todo o serviço público merece instalações adequadas, e que a imponência e a beleza dos prédios deve servir também para representar a importância do serviço ou órgão público para o país e seu povo; mas, no caso da justiça, a construção de palácios para as cúpulas não pode ser feita em detrimento do trabalho cotidiano de juízes, promotores, defensores e serventuários em geral, mal acomodados em instalações inadequadas, com recursos materiais e humanos insuficientes, prestando um serviço pobre para uma população pobre.
Quando esse desequilíbrio for reparado, a "majestade" da justiça será de fato reconhecida por quem a procura, e merecedora de prédios modernos e belos, como o projetado por Niemeyer para o TRF1.
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